sábado, 30 de outubro de 2010

Cidadãos críticos

"... o diálogo é uma espécie de postura necessária, na medida em que os seres humanos se transformam cada vez mais em seres criticamente comunicativos.
O diálogo é o momento em que os humanos se encontram para refletir sobre sua realidade tal como a fazem e re-fazem" (p. 123)
Paulo Freire e Ira Shor, Medo e ousadia: o cotidiano do professor, 2. ed.
Rio de janeiro: Paz e Terra, 1986.

Desde a educação infantil, as crianças são muito espontâneas, e esse momento é o melhor para o começo do trabalho de criticidade, deixando que falem, desafiando-os, mesmo que no meio da conversa alguém venha com uma coisa que não tem nada a ver com o assunto. Não se pode podar a criança, pois ela pode se sentir humilhada na frente dos demais e não querer mais participar. Com meus alunos, procuro sempre conversar, em cada atividade realizada, conversamos depois, para que eles expressem o que sentiram, o que gostaram ou não gostaram... Acredito que esse é o começo do caminho!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"Educação cabe à família. Educar valores nas pessoas. Valores são atributos de pessoas, não de instituições. Pessoas vivem valores, fatalmente os filhos também viverão e assumirão um comportamento mais adequado. E quando os pais não os têm? Sobra para a instituição escolar."

Daniel Manducuru

É isso que vemos acontecer, a família não repassa os devidos valores aos filhos e sobra para a escola todos os atributos. Chega ao absurdo de os pais chegarem na escola e dizerem para a professora: - Vê se dá um jeito nele pois eu não aguento mais! Assim acontece com a discriminação e preconceito com os quais as crianças desde pequenas são habituadas a conviver na família e lugares onde participa, e na escola os professores tentam incutir a igualdade no coração dessas crianças. Por quê não existe sempre os bons valores nas famílias, a união, a conversa e o debate? As crianças têm o coração puro, não seguem uma linha de preconceito à toa, por trás delas tem todo um contexto. Fica difícil trabalhar com as crianças e não envolver a família e a comunidade, isso é inprescindível!

sábado, 23 de outubro de 2010

As diferenças

Segundo texto de Rosa Maria Hessel Silveira "Nas Tramas da Literatura Infantil: Olhares sobre Personagens diferentes", estudado na interdisciplina de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem, ... "A literatura infanto-juvenil não ficou imune a esse causa e, ainda que tradicionalmente "personagens diferentes" já integrassem o conjunto de personagens que habitavam algumas de suas histórias (Patinho Feio, de Andersen, é uma das lembranças mais óbvias), na última década uma preocupação mais programática com a formação da criança para "conhecer" e aceitar o diferente vem ensejando uma proliferação de títulos dentro de várias vertentes da temática."



Desde muito tempo as crianças já tinham contato com obras literárias referindo às diferenças, como é o caso da histŕora uq eecolhi para começar o meu projeto "O Patinho Feio", mas o tema não era trabalhado abertamente como agora se faz, cada história era traduzida em uma moral simplesmente, sem que o tema fosse debatido, questionado, abordado de forma crítica entre professor-aluno. Agora em tempos modernos, esse tema é assunto comum nas escolas. Mesmo assim, o preconceito e a discriminação são muito presentes nas famílias dos alunos, o que obviamente acaba por influenciar essas crianças.

Como as crianças gostam muito de histórias, isso pode e deve ser um ótimo meio de se trabalhar as diferenças, pois ao ouvir uma história ela se imagina no lugar do personagem, imaginando-se nas situações vividas por ele, nos preconceitos sofridos... e assim incorporar valores importantes para sua formação.

Processo de desenvolvimento infantil

Destaco aqui a mudança que percebi em meus alunos desde o começo do estágio até o presente momento: Percebo que no começo eles pareciam não captar a mensagem que eu estava querendo passar, sobre as diferenças, e agora o que vejo é o interesse no assunto, pois a todo momento que surge uma oportunidade fora dos momentos em que estamos trabalhando no projeto, eles vem falar, fazer relações com os acontecimentos corriqueiros da sala com o que eu lhes oportunizei em relção as diferenças. Por exemplo, eu estava com uma boneca negra no colo, que havíamos confeccionado para trabalhar o assunto em questão, e uma menina pegou uma boneca também negra que estava no chão com os brinquedos e trouxe e disse que ela deveria ficar ali com a outra boneca negra, depois de perguntar o porque ela me disse que era porque elas se pareciam. Aproveitei o momento para explorar o assunto com os demais na sala, perguntando se elas não poderiam estar com as outras bonecas brancas, e pude assim perceber que a turma está bem interessada e que tem a noção de que é preciso haver respeito e união entre todas as pessoas.Com isso concui-se que é gradativamente que as mudanças acontecem, é sendo trabalhado no dia-a-dia e não apenas durante o período de duração de um projeto, as crianças passam por um proceso de evolução, onde vão construindo conhecimentos e valores, e é assim também que se consegue que eles incorporem idéias boas de igualdade entre as pessoas.

"O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear.
As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são períodos contínuos que vão se sucedendo e se superpondo.
Durante a evolução a criança experimenta avanços e retrocessos, vivendo seu desenvolvimento de modo particular.
Acompanhamos a construção de sua personalidade respeitando que em cada idade há um jeito próprio de se manifestar.
Tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem ser geradores de futuros conflitos.
Cabe a família e a ESCOLA conhecer e respeitar os passos do desenvolvimento infantil."


http://www.mundodoabc.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=33&Itemid=1

sábado, 16 de outubro de 2010

Soltando a voz

Nesta semana fiz uma atividade diferente, falei sobre as diferenças que temos em expressões, timbre e tonacidade de voz, que algumas pessoas são mais calmas para falar, outras mais extrovertidas...
Trouxe então para a sala um microfene e um caixa de som. Alguns demonstraram receio, mas depois se soltaram. O que me chamou a atenção é que os alunos mais tímidos , que geralmente não querem participar de atividades frente ao grupo, foram os primeiros a se soltar. Eles falarama e cantaram pra valer! Tirei dessa atividade a lição de que os alunos que são mais tímidos,não serão sempre assim, basta que o professor use e abuse da criatividade para buscar atividades que interessem a eles.
A introdução da tecnologia desde cedo é muito bom, pois as crianças estão inseridos num mundo repleto de inovações tecnológicas e muitos tem acesso a algumas delas, então porque não chamar a sua atenção também na sala de aula através da tecnologia? Eu consegui com o uso do microfone fazer essas crianças tímidas se sentirem mais felizes e importantes, aumentado a auto-estima.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Discriminação

Eliane Cavalleiro, coordenadora geral de diversidade e inclusão educacional na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, em entrevista na revista "Criança", de 2006, diz que só a partir da pesquisa, do conhecimento sobre como as crianças se relacionam no espaço da sala de aula, no espaço do parque, nas horas de atividades, nas festas, é possível perceber a discriminação.
Isso percebi nos meus alunos, através da observação, durante as brincadeiras. Outro dia estava fazendo uma atividade coletiva com jornais, onde metade da turma tinha casinha para morar(jornal) e a outra metade não tinha e precisava ser convidada pelos colegas que tinham casa para morar com eles. Notei que alguns alunos passavam na frente de outros (inclusão, negra e bem pobrezinha), e não queriam convidá-los para morar consigo, e só iam nos colegas loirinhos, mais bonitos e bem vestidos. Já outros não, vinham logo e convidavam os mesmos para ir morar em sua casa. Acredito que essas demonstrações discriminatórias, em grande parte são resultado das influências familiares. É necessártio um bom trabalho já na educação infantil para superar essas situaçoes.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A diversidade racial

"Para construir uma Educação Infantil mais igualitária, em primeiro lugar, é necessário não negar o preconceito. O silêncio é o primeiro estímulo para a manutenção das desigualdades. Encarar desigualdade, discriminação, preconceito é dar o primeiro passo para sua superação" diz Fúlvia Rosemberg, psicóloga pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, em entrevista na revista Criança, dez. de 2006. Eu constatei que desde bem pequenas as crianças já tem preconceito, convivem com idéias racistas em casa, ou lugares que frequentam e acabam reproduzindo nas suas relações interpessoais na escola. Na minha sala pude observar que há alguns alunos que sentem resistência em brincar com colegas de inclusão e uma colega negra. Estou trabalhando as diferenças, falo que todos são diferentes e que é preciso viver em harmonia e respeitar as pessoas. A leitura da reportagem "É possível trabalhar a inclusão reconhecendo a diversidade racial, da revista Criança, de dezembro de 2006, me trouxe várias questões importantes sobre como trabalhar a questão racial com os pequenos. É preciso que não se negue o preconceito, fechar os olhos quando um caso acontece na nossa frente, não vai amenizar o fato, é preciso conversar ao nível dos alunos sobre esses assuntos, trazer para a sala de aula atividades em que possam conhecer várias raças, suas culturas, valorizando e conhecendo cada uma. Apresentar sempre em cartazes rotineiros a diversidade é uma idéia boa, pois desde cedo as crianças vão ter contato com o diferentes. É normal vermos cartazes lindos, com dizeres maravilhosos, mas com figuras de pessoas todas brancas, sem o espaço para a diversidade. Acredito que possibilitando o contato da crinça, desde pequena, com imagens, atividades e conversações sobre o preconceito, racismo e discriminação, é possível contribuir para a formação de pessoas mais igualitárias!

sábado, 2 de outubro de 2010

As diferenças e a socialização

A questão das diferenças trabalhadas em sala de aula, nada mais é que trabalhar a socialização das crianças, só que mais aprofundada. Conforme texto A Socialização da Criança, visto no estudo das interdsciplinas do curso, "Aprendizagem e socialização caminham juntas: uma é condição necessária à outra, pois a vida intelectual e a vida afetiva são partes inseparáveis do mesmo processo de desenvolvimento do indivíduo" Ao trabalhar a socialização estaremos trabalhando as diferenças individuais, e se bem trabalhadas a construção do conhecimento tanto individual como coletivo será de extremo sucesso. É preciso que o professor crie oportunidades para que as crianças possam interagir com todos os colegas, principalmente se houver na sala diferenças raciais e inclusões, trabalhando em grupos, duplas ou coletivamente, de modo que todos, na sala, tenham oportunidade de trabalhar com todos os colegas.