sábado, 18 de junho de 2011

O curso do rio

Esta semana, ao procurar material para complementar o meu tcc, me deparei novamente com o texto Pesquisa em sala de aula: Fundamentos e pressupostos de Roque Moraes, Maria do Carmo Galiazzi e Maurivam Ramos e ao ler meu pensamento voltava ao meu estágio e à minha sala de aula. Desse ano, quando dizia : “O movimento da realidade do ser que compreende, age e vive se assemelha a um grande rio que corre para o mar. O rio carrega tudo que nele está, tudo sendo arrastado, geralmente com pouca reação dos participantes. Apenas alguns navegam o rio de modo consciente e são estes que têm condições de influir no fluxo das águas, redirecionar o rumo do movimento, transformar o rio. O rio é o discurso, formação discursiva, que carrega verdades estabelecidas. Somente na medida em que estas verdades forem questionadas, possibilitando a construção de novos argumentos e novas formas de compreensão é que se pode modificar o discurso no qual estamos imersos.” ...” A pesquisa em sala de aula é uma das maneiras de envolver os sujeitos, alunos e professores, num processo de questionamento do discurso, das verdades implícitas e explícitas nas formações discursivas, propiciando a partir disto a construção de argumentos que levem a novas verdades. A pesquisa em sala de aula pode representar um dos modos de influir no fluxo do rio. Envolver-se neste processo é acreditar que a realidade
não é pronta, mas que constitui-se a partir de uma construção humana.”

Lembrei do meu estágio, pois ao ler o texto, logo me lembrei da curiosidade e vontade de descobrir mais coisas que meus alunos tinham, mesmo sem saber falar direito. A cada coisa diferente que eu trazia para dentro da sala de aula, eles já sabiam que vinha junto um desafio a ser vencido por todos. E nesse ano que tenho uma turma de alunos maiores e que já conseguem expor suas idéias e opiniões, eu agradeço ter feito o estágio antes de pegar essa turma, por ter aprendido tanto com ele. Meus alunos muitas vezes me surpreendem com as respostas e suposições que dão para as coisas. Tenho que me policiar e abrir mais possibilidades em cada resposta e pergunta deles, para induzi-los a pensar, a pesquisar e não dar respostas prontas para eles. E isso é que mais envolve a turma, eles gostam de ser desafiados, e quando precisamos buscar juntos as respostas fica mais emocionante e estimulante.

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