domingo, 22 de maio de 2011

Reflexões 2009 - 2

No semestre de 2009 -2, tive a oportunidade de ampliara ainda mais meus conhecimentos através das interdisciplinas estudadas. Em EJA, foi muito válido conhecer um pouco sobre esta modalidade de ensino, pois eu nunca tinha tido a oportunidade de, por exemplo, visitar uma turma e conversar diretamente com os alunos como fizemos, assim saímos do papel, para presenciar a realidade dos alunos, conseguindo assim perceber suas dificuldades, expectativas, anseios...
A questão da Educação de Jovens e Adultos é ainda hoje um desafio para muitos que ingressam nessa modalidade de ensino. Esses alunos fazem parte dos "excluídos", que por vários motivos não tiveram acesso ao ensino regular e que mais tarde buscam resgatar o tempo perdido, para ter um lugar garantido na sociedade, onde possam atuar sem discriminação. Mas, a dura jornada de trabalho diário conciliada com as noites de estudo, muitas vezes se torna pesado demais, levando muitos a desistir. Da quantidade de alunos que ingressa nas aulas no começo do ano, mais ou menos a metade segue em frente, como pude observar na pesquisa de campo realizada nesta interdisciplina.
Conforme o texto de Marta Kohl: “Jovens e Adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem": “esse território da educação não diz respeito a reflexões e ações educativas dirigidas a qualquer jovem ou adulto, mas delimita um determinado grupo de pessoas relativamente homogêneo no interior da diversidade de grupos culturais da sociedade contemporânea” (OLIVEIRA, 1999). A valorização da cultura do aluno deve ser o ponto central do trabalho a ser desenvolvido com os mesmos, pois as experiências tornam-se um rico meio de proporcionar a aprendizagem, já que estarão trabalhando assuntos do seu conhecimento e vivência, e os quais promovem a "leitura do mundo" defendida por Freire.
Em Linguagem e Educação vimos que o mundo está repleto de formas de letramento e alfabetismo, aos quais as crianças e adultos tem acesso no seu dia-a-dia. "Letramento, significa introduzir crianças e adultos em práticas sociais de leitura, de escrita e de oralidade, independente do domínio do uso do código escrito.\" (SOARES, 2004). No meu caso, que trabalho em educação infantil, percebo a importância de trabalharmos desde cedo a oralidade com eles, minha turma é de maternal 1, e eles pouco falam, mas dá para perceber pela expressão deles, o interesse que demonstram ao contar-lhes uma história. Mesmo que a história seja apresentada de outra maneira que não com o livro, por exemplo no varal, flanelógrafo ou outro recurso, sempre mostro de onde tirei aquela história, para que entendam que a escrita e a leitura fazem parte da nossa vida.
Na interdisciplina Didática, li o texto de Maria Bernadette Castro Rodrigues ressalta no texto "Planejamento: em busca de caminhos" onde dizia que "planejamento é processo constante através do qual a preparação, a realização e o acompanhamento se fundem, são indissociáveis". Para planejar o professor precisa refletir sobre as questões " para que" e "como", e durante todo o processo realizar a avaliação, pois planejar, realizar e avaliar caminham sempre juntos. Assim o professor pode refletir sobre a atividade realizada, a pensar na próxima a realizar, avaliando o que foi proveitoso, o que pode ser mudado e planejar novamente. Assim também, a avaliação dos alunos deve ser feita continuamente, ou seja, deve ser mediadora, onde o professor acompanha o progresso deles ao logo da caminhada de construção de conhecimento, de forma dialógica, construindo saberes e superando as dificuldades.
Assim como os jovens e adultos enfrentam muitos obstáculos, as pessoas surdas também sofrem muito com o preconceito e discriminação pelos quais passam para frequentar a escola, e na interdisciplina de Libras aprendi muito. Uma delas é que constata-se através da história, que muitas conquistas já foram adquiridas por eles, mas ainda é preciso que se faça mais. Existem hoje muitas comunidades de surdos, das quais não só fazem parte pessoas surdas, mas pessoas ouvintes, intérpretes, professores, amigos e outros. A cultura surda é a maneira das pessoas surdas entenderem o mundo, através de percepções visuais, suas idéias, hábitos, costumes e modo de interagir com os outros. A língua de sinais é a maneira que os surdos se comunicam e interagem com outras pessoas surdas e ouvintes também, seria muito bom se a escola regular proporcionasse a disciplina de libras desde cedo, para que todos pudessem aprender a língua dos sinais e conviver de forma igualitária com os surdos.

Nesse semestre construi muitos conhecimentos, aumentando ainda mais a minha bagagem de aprendizagens, isso contibuiu para que eu me aperfeiçoasse na minha caminhada estudantil e também profissional.

Um comentário:

Maria del Carmen disse...

Oi ana, com certeza,por diversos motivos muitas pessoas, não podem concluir os seu estudos, e o EJA é uma modalidade que pode ajuda-los, e com certeza sabemos que é bem complicado trabalhar o dia todo e ainda estudar a noite, por isto muitos terminam desistindo, seria bom se tivesse um EJA a distância, falo isto, mas não sei se existe.
Abraços