domingo, 23 de novembro de 2008

Auto-avaliação

Bem, eu gostei da interdisciplina, realizei as atividades todas dentro do prazo, sendo que refiz aquelas que foram necessárias e assim pude compreender melhor o que fora solicitado nas atividades, participei dos fóruns contribuindo com minhas idéias, inclusive acredito que os fóruns são um recurso muito importante de aprendizagem, pois na troca com os colegas, professores e tutores pode-se compreender melhor muitos assuntos.

A interdisciplina de Escola Cultura e Sociedade foi muito importante para a minha formação pois aprendi muito, com assuntos que me proporcionaram a construção de conhecimentos, com leituras muito ricas, onde fui levada a refletir sobre a realidade da nossa educação e sobre o que nós como professores podemos fazer para melhorar a sociedade. Pude fazer uma relação da educação desde quando era estudante das séries iniciais até agora estudante do PEAD, e perceber que muita coisa mudou para melhor, mas que ainda há muito a ser feito. E que nós professores temos muitas vidas nas nossas mãos a cada ano, e que em cada uma delas podemos semear uma sementinha da mudança, sabendo que algumas vão brotar e espalhar por aí aquilo que de bom receberam de nós. A educação é um dos fatores mais importantes para o bom desenvolvimento de uma sociedade, portanto ela é a base para a transformação.

Esse semestre foi muito gratificante para mim, pois ao contrário do que pensei, as leituras foram bem prazerozas e instrutivas, sendo que as atividades se interligavam com as de Organização do Ensino Fundamental e Gestão.


domingo, 16 de novembro de 2008

Desigualdades educativas estruturais no Brasil: entre Estado, privatização e descentralização



Começo fazendo uma comparação entre a educação de duas cidades onde morei. A primeira onde estudei me formei e começei a trabalhar, na fronteira (Dom Pedrito) e Sapiranga onde vim trabalhar mais tarde. Nessa comparação já percebe-se bem a desiguladade, tanto entre escolas como entre localidades, lá em Dom Pedrito tem uma escola particular e várias municipais e estaduais, é uma cidade pequena, mas até universidade federal está em processo de início agora, já com o prédio pronto e também a URCAMP, onde começei a faculdade de pedagogia e acabei desistindo. Na escola particular, somente a elite freqüenta, são raros os menos favorecidos que tem acesso a ela. Eu tive apoio de professores do ensino estadual onde estudei que me auxiliaram e assim consegui meia bolsa de estudos para que pudesse estudar nessa escola. Mas a maioria dos outros alunos da escola que tinham meia bolsa eram da elite, tirando o lugar de quem realmente precisava. Lá, as escolas tem pouco recursos, os prédios já bem danificados, principalmente as escolas estaduais e ainda reina o ensino na sua maioria bem tradicional. A escola particular foi a pioneira a começar com o construtivismo, com muita polêmica na época. A educação infantil é muito pouco valorizada, pois tem poucas creches, e a população tem a idéia de que as mesmas são para quem vive na miséria e as crianças ficam lá para serem só cuidadas.

Tive a oportunidade de trabalhar na Secretaria de educação de lá e os cursos de capacitação, geralmente fora de cidade, só eram disponibilizados para quem trabalhasse lá na Secretaria, os professores que quisessem participar de algum curso teriam que se virar e arcar com as despesas e pagar para alguém trabalhar no seu lugar.

Em relação à realidade que encontrei em Sapiranga, fiquei maravilhada quando conheci algumas escolas municipais, com prédios bem cuidados, cursos oferecidos aos professores, riqueza de recursos e o salário bem superior na rede municipal em relação a outra cidade. Eu trabalho na Educação Infantil, e a minha escola tem muitos recursos para utilizarmos, nosso salário não é dos piores, o acesso das crianças a ela se dá perante inscrição em central única de vagas e temos incentivo à formação docente com plano de carreira para o magistério.

Depois de realizar a leitura: Educação: políticas publicas e desigualdades, e fazer uma breve reflexão, ficou ainda mais claro a desigualdade da educação brasileira:

Pensamos numa educação avançando rumo ao desenvolvimento e à construção de uma verdadeira cidadania, mas permanecemos prisioneiros dos modelos culturais do parasitismo e da dependência colonial. Debatemos soluções convencionais que estorvam todo avanço. Esse paradoxo encontra sua explicação não na organização escolar enquanto tal, mas na cultura e na mentalidade conservadora de uma sociedade de tipo oligárquico. (Benevides (1996, p. 22).

A educação é um dos fatores mais importantes para o bom desenvolvimento de uma nação, e a desigualdade dela tem relação direta com a má distribuição de renda, onde uns tem pouco, quase nada, enquanto outros tem tanto, ficando bem dividido o acesso à escola para essas pessoas, mostrando o quanto reina a desigualdade social no país. Uns tem o privilégio de chegar até a faculdade e outros ficam pelo caminho, começando o abandono desde os primeiros anos de escola. Acredito que pode sim haver uma mudança para melhor na educação de hoje, mas para isso é preciso que haja um comprometimento de todos os segmentos da sociedade, na luta para que os futuros cidadãos agentes da transformação social, tenham direitos iguais à educação no presente.















quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Síntese/Avaliação do projeto de Aprendizagem

A experiência de grupos de projetos foi muito válido para mim, no começo achei meio complicado, pois não conseguia me logar e fiquei aflita pois as colegas de grupo queriam dar continuidade no projeto e só faltava eu para participar. Mas depois consegui me logar e comecei a participar ativamente. Às vezes temos receio de trabalhar em grupo, mas minha experiência nesse trabalho foi muito boa, pois teve entre nós ajuda mútua, e assim construímos colaborativamente a aprendizagem. Acredito ser válido projetos assim, pois temos que procurar as respostas para nossas dúvidas e aprendemos muito interagindo com as colegas nessa atividade. Descobrindo as coisas sem ganhá-las prontas é muito mais importante e significativo para nós, do mesmo jeito que acontece com nossos alunos, se não tiverem oportunidade de pensar e buscar as respostas, a aprendizagem não terá o mesmo valor. Nós damos as pistas para que eles descubram sozinhos ou interagindo no grupo!



domingo, 2 de novembro de 2008

Trabalho docente

A leitura do texto " O trabalho docente, a pedagogia e o ensino" de Maurice Tardif, fez-me remeter a toda caminhada que já fiz até agora nessa profissão maravilhosa de professora. E nessa caminhada, também devo dizer que está sendo muito proveitoso esse curso de pedagogia na UFRGS, pois estou me aperfeiçoando e melhorando meu desempenho no trabalho.

Esse texto pretende mostrar como a análise do trabalho dos professores, considerado em seus diversos componentes, tensões e dilemas, permite compreender melhor a prática pedagógica na escola. Concordo com as afirmações do autor e cito o trecho: "O perigo que ameaça a pesquisa pedagógica e, de maneira mais ampla, toda a pesquisa na área de educação, é o da abstração: essas pesquisas se baseiam com demasiada freqüência em abstrações, sem levar em consideração coisas tão simples, mas tão fundamentais, quanto o tempo de trabalho, o número de alunos, a matéria a ser dada e sua natureza, os recursos disponíveis, os condicionantes presentes, as relações com os pares e professores especialistas, os saberes dos agentes, o controle da administração escolar, etc. " Não tenho experiências diferentes nesses seis anos de docência além de trabalhar com a educação infantil, mas trago um exemplo da minha realidade: tenho uma sala pequena, que quando estão todas as crianças, na hora de dormir, não sobra nem um espaço na sala além dos colchões, a não ser para a minha mesa, crianças com problemas e muita vontade de trabalhar de minha parte. Mas como desenvolver um trabalho bom, se a cada dia mandam mais uma criança para a sala, sem mesmo saber se ela comporta tanto? Não temos apoio profissional para atender crianças com problemas, estamos diante de inúmeras dificuldades não podemos fazer nada para saná-las, pois não depende de nós, a não ser buscar apoio da família, que na maioria das vezes não colabora. Cito também como exemplo, essas provas aplicadas aos alunos, para avaliar o nível de aprendizagem na educação do país, que o governo defende. Como o aluno pode ser "medido" dessa forma? Não se considera que são realidades diferentes e que isso generalizado, não serve para avaliar o ensino como um todo! Voltamos no tempo, aplicando provas dessa espécie!

Segundo o autor "... a maioria dos discursos que hoje tratam do ensino e são veiculados pela classe política, pela mídia, e pelos formadores de opinião – e freqüentemente por vários professores universitários – questiona se os professores trabalham bastante, se trabalham corretamente ou se dão um bom acompanhamento aos seus alunos. Constata-se, portanto, que a maioria das pessoas que se interessam pelo ensino fala sobretudo, e até exclusivamente sobre aquilo que os professores deveriam ou não deveriam fazer, ao invés de se interessar pelo que fazem realmente. " Isso é uma verdade mesmo, quantas coisas que fizemos, com todos os obstáculos existentes, conquistas que realmente tem valor para os alunos, e que não são valorizadas. É preciso levar em conta os recursos disponíveis, o número de alunos, as condições, a realidade dessa escola e tantas outras coisas. E nesse sentido concordo também quando o autor diz que a “pedagogia” não é uma categoria inocente, uma noção neutra, uma prática estritamente utilitária: pelo contrario, ela é portadora de que se encontram vinculados à escolarização do magistério. Lidamos com pessoas, e isso envolve relações, e cada grupo vai ser diferente de outros, com anseios diferentes e realidades diferentes.

“ Nada nem ninguém pode forçar um aluno a aprender se ele mesmo não se empenhar no processo de aprendizagem”(p. 15). E para que ele se empenhe, é preciso que o professor seja um motivador, que cative os alunos, aguçe o interesse deles, buscando formas diferentes de incentivá-los. Por isso o professor é mercedor de destaque, pois ao contrário de outras profissões, onde há um modo único de trabalhar e obter o resultado final, o professor precisa usar de estratégias para conseguir o sucesso com os alunos, pois todos são diferentes e com interesses diferentes, e ao mesmo tempo ele precisa ter consciência de que tem um grupo a sua espera, e assim trabalhar o coletivo e também o individual. Por isso que ser professor, não é para qualquer um, é preciso ter amor pelo que faz, é ser um pouco de tudo, ser mestre, ser artista, ser mãe, ser enfermeira...