No filme "OClube do Imperador" o professor Hundert estava em sua sala corrigindo as provas dos alunos. Estes participariam de uma competição sobre conhecimentos da Roma Antiga, concurso Senhor Júlio César. Quando chegou a vez de corrigir a prova do aluno Bell, que era o aluno mais rebelde da sala, que tinha criado vários conflitos, mas que ultimamente parecia estar se modificando, deu-se conta de que ele ficara em quarto lugar. Foi então que se deu conta de que o quarto lugar não participaria do concurso, somente os três primeiros lugares. Passou-lhe pela cabeça que se esse aluno tivesse uma chance, quem sabe poderia se tornar alguém bem diferente do seu pai que era uma pessoa sem escrúpulos, um senador corrupto, podendo então se tornar uma pessoa melhor. Sendo assim, ele alterou a nota do aluno, deixando-o ficar em terceiro lugar e participar assim do concurso. O Professor sempre teve uma vida correta e honesta.
O conflito moral acontece quando ele pensa em decidir entre: abrir mão de seus princípios e dar uma chance para seu aluno, que começa a demonstrar querer melhorar a partir da postura e ensinamentos que o professor lhe dispensa, concedendo-lhe uma nota falsa. Ser justo com o outro menino que realmente conquistou por seu próprio mérito o terceiro lugar ou deixar em terceiro lugar Bell, que sempre foi um problema, envolto em um ambiente de mentira e poder, onde o que prevalece é o dinheiro e não os valores. Então o professor resolve forjar a nota do aluno dando-lhe a oportunidade de mudar.
Os princípios morais envolvidos nessa decisão foram a verdade, o caráter, a confiança, a ética, a justiça e a responsabilidade. Ele não agiu de acordo com seus princípios, deixando de ser justo com seus alunos ao alterar as notas dos mesmos e assim causando resultados negativos, como percebemos no decorrer do filme, pois o aluno trapaceia na prova e mais tarde tornou-se um adulto mentiroso e sem virtude nenhuma. Anos depois, esse professor sofre injustiças também, depois de esperar por mais de 25 anos pela indicação a diretoria da escola, ele é substituído por um homem bem mais jovem com novas técnicas de gestão. E ao reencontrar seus alunos em um novo concurso Senhor Júlio César, vê seu aluno, ao qual tinha dado uma chance no passado, trapacear novamente, percebendo que de nada tinha adiantado largar seus princípios em seu benefício.
A decisão que ele tomou não foi uma decisão moralmente correta, pois em momento e situação nenhuma é correto mentir. O correto é ser sempre justo e verdadeiro, principalmente um professor que tem um papel tão importante e no qual os alunos devem se espelhar. Várias vezes o professor dizia "O caráter de um homem é o seu destino", mas na realidade ele não agiu em conformidade com o que dizia.
Conforme leitura do texto “A defesa de Sócrates”: “Nisso reside o mérito de um juiz, o de orador, em dizer a verdade”. O professor naquele momento estava agindo como um juiz, julgando seu aluno, porém sem justiça, na intenção de ajudar, esqueceu-se também que estava cometendo uma injustiça com outro aluno.